Trump saúda voto na ONU e reforça que presidirá Conselho de Paz para Gaza

O presidente norte-americano, Donald Trump, saudou esta noite a aprovação nas Nações Unidas do seu plano de 20 pontos para Gaza e reforçou que irá liderar o Conselho de Paz para o enclave palestiniano. 

Lusa /
Reuters

"Parabéns ao mundo pela incrível votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada há instantes, que reconheceu e aprovou o Conselho de Paz, que será presidido por mim e incluirá os líderes mais poderosos e respeitados do mundo", escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social.

O chefe de Estado defendeu que a votação de hoje entrará para a história como das maiores aprovações das Nações Unidas, argumentando que a sua proposta "levará a uma maior paz em todo o mundo".

"É um momento de verdadeiras proporções históricas", escreveu, agradecendo às Nações Unidas e a todos os membros do Conselho de Segurança, incluindo à China e à Rússia, que se abstiveram na votação de hoje.

 O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução de apoio ao plano norte-americano para Gaza que autoriza o estabelecimento de uma Força Internacional de Estabilização (ISF, na sigla em inglês) temporária no enclave.

A resolução, da autoria dos Estados Unidos, foi aprovada com 13 votos a favor e a abstenção da China e da Rússia.

O Conselho de Segurança da ONU apoiou assim a criação de um "Conselho de Paz" como uma "administração da governação de transição" em Gaza e autoriza esse Conselho de Paz a estabelecer uma Força Internacional de Estabilização temporária no enclave.

O texto autoriza ambas as entidades a vigorarem até 31 de dezembro de 2027, "sujeito a novas deliberações do Conselho".

A proposta visa restaurar a segurança, garantir o acesso humanitário e iniciar um processo sustentado de reconstrução e reforma institucional para o enclave, após dois anos de conflito devastador entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

O Conselho de Paz - que seria liderado pelo Presidente Donald Trump, de acordo com o plano de paz de 20 pontos apresentado por Washington - serviria como uma administração externa sobre o enclave palestiniano, supervisionando a governação, a reconstrução, o desenvolvimento económico e a distribuição de ajuda humanitária. 

Já as responsabilidades da ISF para Gaza incluiriam garantir a segurança das fronteiras de Gaza, proteger civis, facilitar a assistência humanitária, apoiar o treino e o destacamento de uma força policial palestiniana reconstituída e supervisionar o desarmamento permanente das armas detidas pelo Hamas e outros grupos armados no enclave.

A ISF atuará em conjunto com Israel e Egito para estabilizar a segurança em Gaza por um período inicial de dois anos. 

A resolução, que passou por várias reformulações, menciona ainda a possibilidade de um Estado palestiniano, o que gerou contestação do lado israelita, que se opõe totalmente à solução de dois Estados (Israel e Palestina).

Durante quase duas semanas de negociações sobre a resolução norte-americana, as nações árabes e os palestinianos pressionaram os Estados Unidos a fortalecerem a linguagem original, considerada frágil, sobre a autodeterminação palestiniana.

No texto revisto, os Estados Unidos afirmaram que, após a Autoridade Palestiniana --- que agora governa partes da Cisjordânia --- implementar reformas e após o avanço da reconstrução da devastada Faixa de Gaza, "as condições poderão finalmente estar reunidas para um caminho viável rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestiniano".

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